sábado, 27 de abril de 2024

Campeões de Audiência: GABRIELA (Som Livre, 1975)

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FICHA TÉCNICA:
Ano: 1975 - Gravadora: Som Livre
Nº de Catálogo: 410.6004 (LP) / 740.6604 (K7) / 3013-2 (CD) // 403.6178 (LP - 2ª Tiragem)
Coordenação geral: João Araújo
Direção de Produção: Guto Graça Mello
Assistentes de Produção: Perinho Albuquerque, João Melo, Paulinho Tapajós e Roberto Santana
RIPADO DO CD ORIGINAL DE 2001.
Arranjadores: Guto Graça Mello (Filho da Bahia, Caravana e Doces Olheiras), Dori Caymmi (Alegre Menina e Porto), João Donato (Modinha Para Gabriela), Oscar Castro Neves (Horas e Adeus) e Perinho Albuquerque (Coração Ateu).
Técnicos: Luiz Paulo, Deraldo, Célio e Norival
Estúdios: Somil e Haway
Ilustrações: Aldemir Martins
Agradecemos às gravadoras Phonogram e RCA pela gentileza da cessão de seus artistas exclusivos: Gal Costa, Maria Bethânia, Quarteto em Cy, MPB4, Walter Queiroz, Fafá de Belém (Phongram), Walker e João Bosco (RCA).
Fonogramas cedidos por: Universal Music (1, 5, 7 e 11) e Sony Music (12 e 13).
Masterização (CD): Sergio Seabra e Júlio Carneiro
Projeto Gráfico (CD): Marciso (Pena) Carvalho
Desginer Assistente (CD): André Rola
Ilustração de TV (CD): Romero Cavalcanti
Texto (encarte do CD): Mauro Alencar

Capa da reedição de 1979.
PLAYLIST:
  1. CORAÇÃO ATEU / Maria Bethânia
  2. GUITARRA BAIANA / Moraes Moreira
  3. ALEGRE MENINA / Djavan
  4. QUERO VER DESCER, QUERO VER SUBIR / Walter Queiroz
  5. HORAS / Quarteto Em Cy
  6. SÃO JORGE DOS ILHÉUS / Alceu Valença
  7. MODINHA PARA GABRIELA / Gal Costa [ABERTURA]
  8. FILHO DA BAHIA / Fafá de Belém
  9. CARAVANA / Geraldo Azevedo
  10. PORTO / MPB4
  11. RETIRADA / Elomar
  12. DOCES OLHEIRAS / João Bosco
  13. ADEUS / Walker
        Olá, Padawans! Todes bem?
        "Gabriela" foi uma novela das 22h baseada no livro "Gabriela, Cravo e Canela" de Jorge Amado e adaptada por Walter George Durst e que se tornou um marco na história da telenovela brasileira. Sônia Braga, a primeira a fazer este papel, foi aprovadíssima por Jorge Amado para viver a protagonista retirante que tenta escapar da seca do sertão nordestino rumo à prosperidade cacaueira na cidade de Ilhéus. Gabriela vive uma história de amor com Nacib (Armando Bógus), dono do bar Vesúvio e foi alvo de cobiça de coronéis e do almofadinha Tonico Bastos (Fúlvio Stefanini), homem mulherengo que vai seduzi-la e assim criar um imbróglio na trama.
        O coronelismo do cacau, em especial do manda-chuva de todos Ramiro Bastos (Paulo Gracindo), entra em oposição às ideias modernas de Mundinho Falcão (José Wilker) e aliados - que pretende construir um porto na cidade para facilitar o escoamento da produção de cacau. Nem todas as mulheres são submissas e isso era mostrado na figura de Malvina (Elizabeth Savalla, estreante em novelas), que já não se conformava em ter o mesmo pensamento da geração de seus pais. A novela ainda tinha o Bataclan, um bordel comandado por Maria Machadão (Eloísa Mafalda) e tinha como suas principais meninas Zarolha (Dina Sfat) e Orora (Natália do Valle, estreante em novelas).
        Outra personagem marcante foi Glória (Ana Maria Magalhães), a "teúda e manteúda" de seios fartos proibida de sair de casa por ordem de seu coronel, Coriolano Ribeiro (Rafael de Carvalho). Para se distrair, ela se debruça na janela e vê o movmento da cidade. Coriolano, já traído por uma amante anterior, será novamente por Glorinha ao viver um tórrido romance com o professor Josué (Marco Nanini).
        O coronel Jesuíno (Francisco Dantas) era cruel e tinha um ciúme doentio por sua mulher, a Sinhazinha Guedes Mendonça - não tem mesmo o primeiro nome (Maria Fernanda). A mesma, que sofria na mão do marido, vai se envolver com o dentista Dr. Osmundo (João Paulo Adour). Os dois serão pegos no flagra por Jesuíno que "lavará sua honra com sangue". Ah, sim: O Bordão "Se deite que eu vou lhe usar" é coisa da segunda versão, não existente na primeira.
        Depois de nos deleitarmos com a icônica cena de Gabriela pegar a pipa no telhado, vamos falar da trilha sonora?
        Esta foi feita com muito esmero, se tornou icônica e de prestígio. Quase todas as músicas foram gravadas especialmente para a novela. Djavan, estreante no mundo musical, gravou "Alegre Menina" (tema de Gabriela e Nacib), música de Dori Caymmi sob texto de Jorge Amado e se tornou um grande sucesso. Outra também que despontou para o estrelato musical foi Fafá de Belém por cantar "Filho da Bahia" (tema da peituda Glorinha).
        Óbvio que os artistas do norte-nordeste reinaram: Bethânia, Moraes Moreira, Gal, Walter Queiroz e Elomar são baianos; Geraldo Azevedo e Alceu Valença pernambucanos; Djavan alagoano; Fafá de Belém paraense. Já do Sudeste: MPB4 e Quarteto em Cy são baseados no Rio de Janeiro; Carlos Walker é carioca; e João Bosco é mineiro.
        Outra característica interessante é que a partir de "Gabriela" Jorge Amado firmou, intencionalmente ou não, uma parceria com os Caymmi que viria a se repetir em produções a seguir ("Tieta" e "Tereza Bastista" são dois exemplos). Dori compôs, além de "Alegre Menina", o tema "Porto" (já gravado por ele em 1971 em seu disco solo). Dorival emprestou "Horas", "Adeus" e compôs o tema de abertura "Modinha Para Gabriela". Não tem nem como tentar dissociar música do folhetim. Detalhe: Essa música nunca parou em nenhum disco de carreira da Gal, somente lançada em um compacto simples com o nome "Modinha DE Gabriela" e ainda vem em uma versão mais curta do que no LP da trilha.
        "Quero Ver Subir, Quero Ver Descer" (Walter Queiroz) é a mãe das músicas de duplo sentido baianas. Esse lance de "bota as mãos na cadeiras, bota a mão no umbiguinho" não foi novidade dos anos 1990. Uma canção de domínio público cunhada por Roberto Santana.
        "Corção Ateu" (Maria Bethânia) foi escolhida para abrir a trilha brilhantemente e foi tema de Jerusa com Mundinho Falcão; "Doces Olheiras" (João Bosco) caiu como luva para Tonico Bastos e ilustra a intenção de querer seduzir Gabriela através da metáfora "Cravo e Canela"; "São Jorge dos Ilhéus" (Alceu Valença) ilustrava a raça ruim que era o coronel Ramiro Bastos; "Horas" (Quarteto em Cy) foi o tema da avançada Malvina; "Caravana" (Geraldo Azevedo) foi descrito como sendo tema de Mundinho Falcão; "Porto" (MPB4), a exemplo do remake de 2012, também foi tema das vinhetas do intervalo na versão original; "Retirada" (Elomar) ficou como tema dos retirantes no início da novela e "Adeus" (Walker) como tema geral.
        Obs.: "Guitarra Baiana" e "Caravana" em nada batem com as versões do álbum dos cantores.
        Bem, Padawans: Espero que gostem deste post. Recordar é viver! FUI!!!

6 comentários:

Marcos Paulo Dall Agnol disse...

Bom dia!
Meu amigo, falta o link para baixar.
Obrigado!

Marcos Paulo Dall Agnol disse...

Olá!
Agora sim deu certo!Gratidão!
Bom fim de semana!

D@v| disse...

Lindo disco! Tenho meu LP em muito bom estado e guardado com carinho até hj :) Já que ela foi postada, vc amigo Skywalker, me tire uma dúvida referente a este disco: Já ouvi falar que algumas edições (ou tiragens, não sei como ctz) dele a faixa 1 tem um "enrosco" num trecho que a música pula e parece ser um problema padrão da prensagem, vc sabia dessa? No mais, obrigado por mais essa postagem show de bola ;)))

K. Araújo disse...

Léo, "Guitarra Baiana" é aquela que toca quando a Gabriela vai apanhar a pipa no telhado, né?

Sky Walker™® disse...

K. Araújo, sim!

Sky Walker™® disse...

Davi: creio que o meu também seja primeira prensagem e a faixa 1 não enrosca e sequer pula. Abração.