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FICHA TÉCNICA:
Ano: 2025 - Gravadora: SWP
Nº de Catálogo: SWP-0180-2
Seleção de repertório: Sky Walker
Masterização: Sky Walker
Fonogramas de titularidade de Tommy Boy Entertainment (1 e 2), UMG (3) e RuCo Inc. (4-22)
CAPA
Concepção e arte-final: Sky Walker
Fotos: WOW Entertainment e Mike Ruiz (inlay)
Playlist:
- Supermodel (You Better Work)
- House of Love (12" Version)
- Don't Go Breaking My Heart / duet with Elton John
- Sissy That Walk
- Theme From "Drag Race"
- Cover Girl
- Jealous of My Boogie [Gomi & RasJek Edit]
- Rock It (To The Moon) / feat. KUMMERSPECK
- Peanut Butter / feat. Big Freedia
- Kitty Girl
- Champion
- Glamazon
- Bring Back My Girls
- Condragulations
- Lucky / feat. The Cast of RuPaul's Drag Race, Season 13
- I'm A Winner, Baby [Skeltal Ki Remix]
- Star Baby
- Hustle That Cat
- Catwalk / feat. Skeltal Ki
- Blame It on the Edit / feat. The Cast of RuPaul's Drag Race
- Cake & Candy [Explicit]
- American
Olá, Padawans! Toddy's bem?
Se você é do tipo conservador, melhor você não continuar lendo este post porque hoje o dia é dela: RuPaul, a drag queen mais famosa do mundo, que recebeu essa singela homenagem da SWP.
Por que da homenagem? Sabemos que a arte Drag data de mais de 50 anos e por mais que queens como Divine e Lady Bunny faziam um sucesso marginal nos guetos gays e que Rogéria era a transformista da família brasileira (ela teve de se adequar para ser aceita entre gregos e baianos em uma época que as pessoas simplesmente eliminavam quem era diferente - invertido, xibungo, baitola, jiló, etc.), nós até conhecíamos a arte do transformismo pelos extintos programas do Bolinha na Rede Bandeirantes e do Show de Calouros do Silvio Santos nos primórdios da TVS atual SBT. Até hoje o ato de se travestir é visto como um ato marginal, mas pelo menos a arte do transformismo tem uma compreensão melhor - mesmo que aquém do que se deveria - pelas pessoas, hoje chamada de "arte drag". RuPaul foi a primeira no mundo a realmente romper essa barreira quando lançou seu primeiro álbum por uma grande gravadora, a Tommy Boy Entertainment (distribuída no Brasil pela Warner Music na época).
Aliás, RuPaul Charles é somente ela enquanto drag e, como já mencionado antes, é uma arte vinda do gueto LGBTQIAPN+. Fora dos palcos ela volta a ser ele, com suas roupas masculinas e tudo o mais. Como sabemos que a realidade de cada um é diferente, obviamente que há drags que também são trans e vivem da arte.
Voltando à RuPaul, vou me referir a ELA por conta de sua persona cantora e drag ser feminina. Mas às vezes me referirei à persona empresário e apresentador como ELE. Enfim, vou transitar entre os gêneros porque é isso o que ele também faz.
Em 1993 lançou o álbum "Supermodel of the World" arrancando elogios de público e crítica. Foi seu primeiro grande sucesso onde ela homenageia as grandes Top Models da época como Cindy Crawford, Linda Evangelista e Naomi Campbell. Foi a primeira vez que eu ouvi usar "bitch" (vadia) não de forma depreciativa, mas a expressão ressignificada como uma forma de chamar a amiga mais chegada de "mana", mas seria a fechamento. No mundo gay seria algo como "viado" também ressignificado para os gays se comunicarem entre si. Aliás, heterolândia topzeira: Chamar viado de viado é a mesma coisa que chamar arara de arara, pois a mesma sabe que é uma arara. Ou a mesma coisa que chamar hetero de hetero. Portanto, é perda de tempo ofender com verdades! ;-)
No Brasil o primeiro sucesso foi "House of Love", amplamente executado nas rádios dance da época como RPC FM e em programas dedicados na Rádio Cidade. Apesar do single ter flopado nos Estados Unidos, aqui rendeu bastante até que entrou para a trilha sonora internacional da novela "Sonho Meu" (1993-1994) da Rede Globo.
RuPaul quebrou a primeira barreira que foi a da marginalização, sendo amplamente executada em rádios caretas mundo afora. Ela também fez duas parcerias musicais que foram de imenso sucesso: A primeira com Elton John na releitura de "Don't Go Breaking My Heart" para o disco dele chamado "Duets" e a segunda com Martha Wash, ex-Weather Girls e naquele período a voz por trás de sucessos do Black Box e C+C Music Factory, com a releitura de "It's Raining Men".
Depois de três discos pela Warner, ela emendou um programa que quebrou paradigmas e rompeu com o pré-conceito e o preconceito de muita gente: "RuPaul's Drag Race" estreou em 2009 modestamente e foi quando ela começou pela próxima superstar drag. Foi vendo os bastidores do show, vendo as histórias das concorrentes e começando a criar simpatia por elas que até hoje é um sucesso a ponto da franquia se espalhar pelo mundo. Inclusive já tivemos uma edição brasileira comandada por Greg Queen, sua filha brasileira, vencedora de um de seus programas. No Brasil se chamou "RuPaul e A Corrida das Loucas"- uma alusão ao filme "A Gaiola das Loucas" - cujo nome foi logo descartado e todo mundo que assiste ao programa vai pelo nome em inglês, mesmo.
Enquanto RuPaul procurava por uma drag que tivesse carisma, singularidade, atitude e talento (charisma, uniqueness, nerve and talent) espertamente ela inseria um hit dentro de seu programa. Quem assistiu seus programas lembra, obviamente, de cada música que eu inseri aqui a partir da faixa 4. A primeira música dublada na batalha final de lip sync do primeiro episódio foi justamente "Supermodel". A música de entrada da RuPaul antes da passarela é, até hoje, "Cover Girl". Na segunda temporada o hit da temporada foi "Jealous of My Boogie". E assim se seguiu até então.
Seu sucesso que mais bomba nas pistas hoje em dia é "Sissy That Walk" cujo clipe tem a participação de suas filhas mais ilustres Bianca Del Rio, Courtney Act e Adore Delano. "Rock It (To The Moon)" passou a ser a música de encerramento de cada episódio, o momento de descontração e chacoalhar a raba no momento do atelier era "Peanut Butter" (onde se ria um bocado) e ainda: "Champion" e "Glamazon" tiveram seus debuts em vídeo clipe dentro do programa com participação das finalistas.
As mais recentes caíram no meu gosto e no meu coração: De "Star Baby" a "Cake & Candy" ela atualiza o seu som que sempre pendeu para o lado dançante mas sem esquecer suas raízes pretas.
Infelizmente o CD só cabe 80 minutos e algumas ficaram de fora como "Born Naked", mas achei o resultado final redondinho.
Se não fosse por ela furar a bolha do gueto mostrando sua arte, talvez artistas drag como Pabllo Vittar e Gloria Groove não teriam chance no mainstream. Você pode até não gostar das duas e nem consumir nada delas, mas ainda acho suas presenças necessárias para mostrar e representar uma comunidade ainda muito marginalizada e dizer: "Ainda estamos aqui!".
É isso, pessoal. Se você não gostar do post de hoje, encare como jiló e faça o que todo mundo seguro de si faz: não consuma e nem coma. Falei!
Ah!: Segurem suas masculinidades frágeis e seus dogmas para si na hora de comentarem esse post. A casa agradece. ;-)
FUI, POVO!

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