sexta-feira, 23 de junho de 2023

SL Origens: GRANDES SUCESSOS DE AGEPÊ (401.0001, 1988)

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 FICHA TÉCNICA:
Ano: 1988 / Ano de relançamento em CD: 1999
Nº de catálogo: 402.0009 (LP) / 742.0009 (K7) / 401.0001 (CD) // 4203 2 (CD - Série Gala, 1999)
Seleção de repertório: Sérgio Motta
Gerente de produto: Toninho Paladino
Masterização: Ieddo Gouveia (LP), Mário Jorge e Aramis Barros (CD)
Fotos: Alexandre Fonseca
Produção: Andréa Lima
Produzido por Aramis Barros (1, 7, 8, 9, 10, 12, 13, 16) e Rildo Hora (2, 3, 4, 5, 6, 11, 14, 15, 16)
RIPADO DO CD ORIGINAL DE 1988, SEM EDIÇÕES OU REMASTERIZAÇÕES.
Capas escaneadas por $kywalker.

PLAYLIST:
  1. DEIXA EU TE AMAR
  2. VAI ACONTECER
  3. DE TODAS AS FORMAS
  4. ATALHOS
  5. FOGO NO FORRÓ
  6. LINDO É VOCÊ SER MINHA MULHER
  7. TEMPO DE AMAR
  8. CLARA CLARIDADE
  9. FREVO NA MULTIDÃO
  10. MAMA
  11. O SAMBA É A MINHA CACHAÇA
  12. ESTRADA DO CORAÇÃO
  13. NO CALOR DO TEU AMOR
  14. PROEZAS DO CORAÇÃO
  15. ERRADO FUI EU
  16. BANDEIRA DA FÉ
PLAYLIST (LP e K7):
  • A1. DEIXA EU TE AMAR
  • A2. VAI ACONTECER
  • A3. ATALHOS
  • A4. FOGO NO FORRÓ
  • A5. TEMPO DE AMOR
  • A6. LINDO É VOCÊ SER MINHA MULHER
  • A7. O SAMBA É A MINHA CACHAÇA
  • A8. MAMA
  • B1. DE TODAS AS FORMAS
  • B2. PROEZAS DO CORAÇÃO
  • B3. CLARA CLARIDADE
  • B4. FREVO NA MULTIDÃO
  • B5. ESTRADA DO CORAÇÃO
  • B6. NO CALOR DO TEU AMOR
  • B7. ERRADO FUI EU
  • B8. BANDEIRA DA FÉ
        Olá, Padawans! Dei a arrancada hoje no meu projeto SOM LIVRE ORIGENS falando dos primeiros 27 CD's da gravadora. Quando o formato de áudio chegou no Brasil, o CD era vendido como um produto chique e da mais alta pureza sonora. Combinava a praticidade do tamanho do formato (lembrando que um disco de vinil tem 30x30 cm, enorme para carregar) ao fato de não precisar trocar agulha de toca-discos e, ainda, de ser uma mídia impassível da reprodução ficar danificada por questões de arranhão. CD era um item caro e só quem era da elite possuía um disquinho desses ou tinha grana pra comprar um aparelho de CD (também chamado em inglês: CD player. Essa história de tocador de CD que pra mim é chamar o aparelho de punheteiro de CD é coisa dos anos 2010 pra cá).
        Eu me lembro bem que o primeiro comercial que a Som Livre fez falando que agora também estava lançando seus títulos em CD foi um anunciando os CD's "Expoentes" e "Aquarela Brasileira" (Emílio Santiago), sendo que o primeiro era o número 6 do catálogo e o último era o número 15. Lembrando que o formato preferido da população, na época, era o vinil. Um disco nunca foi um item barato - comia de 10 a 30% do salário de um trabalhador - e o CD era um item mais caro ainda e não era vendido em qualquer loja de discos. Grandes redes como Carrefour ou Mesbla tratavam discos como joias, trancafiando-os em embalagens especiais para evitar o furto - prática que se manteve até o ano passado e se extinguiu junto com a extinção das seções de CD das lojas.
        Curiosamente a Som Livre começou a fazer seus títulos também em CD por meio do catálogo "low budget" (de baixo orçamento) da gravadora. Ieddo Gouveia, funcionário responsável pela montagem dos discos e confeccionar os masters para a fabricação dos discos e cassetes, ficou de fora desse início e chamaram os nomes Mário Jorge e o cascudo engenheiro de som / produtor Aramis Barros para cuidar dessa parte na gravadora. Tanto que o master criado para o LP é um e para o CD é outro (vejam a diferença na ordem das playlists dos três formatos acima). 
        Outra curiosidade ficou para as capas da série "Grandes Sucessos". Uma capa criada para o LP / K7 e outro de layout adaptado para o CD, com letras maiores e a estreia do símbolo "Compact Disc" formando um disco digital (Um C e um D). A ordem das faixas foi modificada até o CD 6 "Expoentes". A partir do CD 7, a ordem foi uniformizada para todos os formatos. Ah, sim: Os produtores das faixas só apareciam no encarte do CD. No LP isso não era mencionado.
        O artista escolhido para inaugurar o catálogo da gravadora em CD foi Antônio Gilson Porfírio -  mais conhecido por nós como o sambista Agepê -, carioca nascido em 1943 e falecido em 1995 por conta de uma úlcera agravada pelo diabetes e consequente coma. Passou por quatro gravadoras: Continental, CBS, Som Livre e PolyGram. Esta coletânea contempla, por motivos óbvios, a sua passagem pela Som Livre que durou de 1984 a 1986. A sessão de fotos utilizada para a capa deste CD foi a do disco de 1986, porém com outro figurino.
        O repertório abrange os álbuns "Mistura Brasileira" (1984), "Agepê 85" (1985) e "Agepê" (1986). Ele já era um cantor consolidado quando "Deixa Eu Te Amar" fez um sucesso estrondoso nos rádios, ainda mais puxado pela novela "Vereda Tropical" (1984). "De Todas As Formas", "Vai Acontecer", "Atalhos", "Lindo É Você Ser Minha Mulher" e todas as outras da compilação tocaram pesado nas FM's, pelo menos no Rio de Janeiro. Então, para nós, não é uma coletânea caça-níqueis com faixas "enchendo linguiça". Vamos dizer que sintetizou bem essa fase em que ele teve a TV e o rádio em seu favor.
        Em 1999 a série Gala relançou este CD com a capa readaptada com arte adicional. Felizmente o CD ficou redondinho mesmo com os recursos tecnológicos de masterização para CD da época. Não mexi em nada porque eu quero que tenham a mesma experiência de quem comprou o prateadinho na época. Eu aprovei muito o som da prensagem original. Espero que vocês aprovem, também. 

ANTES DE IR...

        Vou relembrar uma classificação que vinha nas capas de alguns CD's na época para entender que QUALQUER CD é digital: Não existe CD analógico. O que faz ser digital é a forma como a informação da mídia é lida. O feixe de laser entende somente a linguagem binária da computação, ou seja: zeros e uns (0 e 1) e transforma cada combinação em informação que é traduzida em som para a gente. O CD roda mais rápido (500 RPM) quando inicia - próximo do centro - e termina até, se chegar quase à borda - 180 RPM. 
        Os CD's só possuem masterização em DIGITAL. Para ser analógico, teria de ser como no disco de vinil: Teria de se ter uma agulha e essa agulha penetrar no sulco da mídia, onde as ranhuras gravadas são convertidas em som por intermédio da agulha e amplificada através do aparelho de som. Até por isso mesmo NÃO EXISTE MASTERIZAÇÃO DIGITAL PARA DISCO DE VINIL. APENAS ANALÓGICA, mesmo com gravadoras vendendo essa realidade. Isso é, na verdade, fraude com o consumidor e verdadeira fake news.
        A classificação  de gravação e confeccção do CD consiste em:
  • AAD = Gravação e Mixagem analógicas e Masterização Digital
  • ADD = Gravação analógica, Mixagem e Masterização Digitais
  • DDD = Gravação, Mixagem e Masterização Digitais
  • DAD = Gravação e Masterização Digitais e Mixagem Analógica
        Assim como no disco de vinil, você só pode encontrar:
  • AAA = Gravação, Mixagem e Masterização analógicas
  • ADA = Gravação e Masterização Analógicas e Mixagem Digital
  • DDA = Gravação, Mixagem digitais e Masterização Analógica
  • DAA = Gravação digital, Mixagem e Masterização Analógicas
        Então guardem isso: CD lida com BITS e LINGUAGEM BINÁRIA DA COMPUTAÇÃO (0 e 1) que são traduzidos em forma de som pelo feixe de laser; DISCO DE VINIL lida com RANHURAS DE SULCOS que são traduzidos em forma de som pela AGULHA; FITAS CASSETE lidam com carretéis revestidos de ferro ou cromo com MILHÕES DE ÍMÃS BEM PEQUENOS FORMANDO UM CAMPO MAGNETICO QUE SE ORDENAM DE FORMA QUE CONSEGUEM CAPTAR O SOM AO GRAVAR e são traduzidas em som pelo CABEÇOTE.
        Se toca a superfície da mídia, é forma de leitura ANALÓGICA; se não toca a superfície (o CD joga o feixe no CD espelhado que reflete o feixe), a forma é DIGITAL. MP3 e streaming são exemplos de outras formas de áudio digital sem a necessidade do corpo físico da mídia.

        Bem, acho que falei demais pra um post só. Curtam o disco do Agepê, babies! FUI!!!! 

Um comentário:

Ricardo Becker Maçaneiro disse...

Quer dizer então que no princípio a direção da Som Livre deixou o Ieddo Gouveia de fora da produção dos cd's? "Coincidentemente" nesse começo os cd's eram ótimos no som (pros padrões da época) e não se tem nenhuma bizarrice de edição...