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FICHA TÉCNICA:
Ano: 1972 - Gravadora: Som Livre
Nº de Catálogo: SSIG 1021 (LP) / 403.6021 (LP - RCA) / K7SSIG 1021 (K7) / C8SSIG 1021 (Cartucho 8 Pistas) / 0572-2 (CD reedição 2006)
RIPADO DO CD ORIGINAL.
Coordenação geral: João Araújo
Produção musical: Eustáquio Sena
Arranjos: Waltel Branco e Luís Cláudio (Uma Rosa Com Amor)
Todos os fonogramas Som Livre, exceto: SME (1), WEA (10), UMG (11) e MVC (12).
Layout: Joel Cocchiararo
Fotos: Edson Coelho
Restauração de capas: Sky Walker + Prints retirados do CD original (encarte, contracapa e fundo de estojo)
PLAYLIST:
- MINHAS RAZÕES / Antônio Carlos e Jocafi
- DO AMOR FAZER NOVAS LENDAS / Luis Roberto
- VOU DISPARAR / Osmar Milito e Quarteto Number One
- ELISABETH / Paulinho Soares
- MARIONETE / Coral Som Livre
- BUONA SERA SERAFINA / Felipe Carone
- UMA ROSA COM AMOR / Kris & Kristina [Abertura]
- BATE-BOCA / Paulinho Soares
- BURGUÊS FINO TRATO / Djalma Dias
- XUXU BELEZA / Maria Alcina
- A ROSA / Moacyr Franco
- AMOR NÃO É COISA PRA NEGÓCIO / Tom & Dito
- BOM DE BICO / Marilton
- MEU SILÊNCIO / Márcio Lott
Oi, Padawans!
Hoje eu trago a trilha sonora original nacional de "Uma Rosa Com Amor", novela de Vicente Sesso exibida às 19h pela Rede Globo.
Os dois principais sucessos foram o tema de abertura interpretado por Kris e Kristina e "A Rosa" (Moacyr Franco). Eu gostei da marcha carnavalesca "Me Solta" (Osmar Milito e Quarteto Forma) mas o mesmo não pude dizer de "Elisabeth" (Paulinho Soares). Sabe aquele lance de forçar um nome de personagem dentro de uma música? Foi isso e a música nem é tão ruim assim. Detalhe: Elizabeth (na novela era com Z) foi interpretada por... Beth Barcellos, cujo nome verdadeiro era... Elizabeth!
O disco ainda tem as divertidas "Buona Sera Serafina" (Felipe Carone, que interpretava Giovanni, pai de Serafina Rosa, personagem de Marília Pêra) e "Meu Silêncio" (Márcio Lott). As duas têm um clima meio circense e italiano com efeitos sonoros remetendo à uma comédia pastelão - mas não têm nada de palhaçada explícita.
Em tempos de ditadura o tema de abertura foi censurado na TV por causa do verso "...É um saco sem tamanho nesse pega pra capar..." (implicaram com o "pega pra capar") sendo que no disco não foi. Em seu lugar, na TV, veio: "É um saco sem tamanho nesse velho bafafá...". Falando nisso...
ENTENDENDO O CONTEXTO DE CRIAÇÃO DAS TRILHAS NO INÍCIO DA SOM LIVRE:
Temos de analisar as trilhas sonoras antes de 1975 por dois vieses: A censura imposta pela ditadura militar nos anos 60 a 80 e o conceito de trilha sonora original que foi de um jeito no início e mudou depois.
Não tínhamos um conceito de música pop brasileiro nos anos 1960 e 1970. Mesmo a MPB sendo fortíssima e sólida durante os "anos de chumbo" isso não se refletiu nas novelas - ou pelo menos essa ideia não foi adiante.
Quando as trilhas eram lançadas pela Philips, Nelson Motta estava à frente de sua produção - o que resultou em verdadeiras obras-primas: "Véu de Noiva", "Verão Vermelho", "Assim Na Terra Como No Céu", "Pigmalião 70", "Irmãos Coragem" e, principalmente, "A Próxima Atração" (a trilha com mais hits de todas) contava com o largo casting da Phonogram na época podendo contar, então, com nomes como Elis Regina, Ivan Lins, Rita Lee, Jair Rodrigues, Maysa, Joyce e por aí vai. Começava a se desenhar os temas compostos para as personagens, tais como: "Madalena" (Elis Regina), "Ciça Cecília" (Erasmo Carlos) e por aí vai. Porém, com requinte e maestria. Os melhores arranjadores também estavam à disposição das gravadoras. Mesmo assim eram músicas da MPB e bastante jazz conferindo aos discos um certo requinte e status de trilhas sofisticadas.
Em 1971 a SIGLA lançou, sob o seu nome fantasia Som Livre, a trilha nacional de "O Cafona". Tentaram trazer essa atmosfera que Nelson Motta imprimiu nas trilhas anteriores sob o comando de Nonato Buzar. A trilha vendeu tão bem que inspirou à Rede Globo e João Araújo a lançarem um Volume II somente com temas internacionais estabelecendo, assim, um padrão de trilhas para novelas: Um nacional e um internacional. Infelizmente isso não aconteceu com as novelas "Minha Doce Namorada" e "O Homem Que Deve Morrer", só fincando de vez com "Bandeira 2" (com uma trilha de sambas e canções do VI Festival Internacional da Canção) onde a Som Livre passou a beber fundo com hits da Motown em suas novelas. Top Tape e Tapecar começaram a reinar bonito por aqui.
Falando nisso, hoje em dia é praticamente impossível pensar que a Motown representava na época algo parecido com a Spotlight Records ou Stiletto nos anos 80 e 90. Até tínhamos representantes legais das majors aqui (CBS, RCA, Phonogram e Odeon já habitavam por aqui mas a distribuição aqui era um balaio de gato. Subselos do que seria a Warner sairiam pela Chantecler, Gravações Elétricas e por aí vai até a WEA se instalar no Brasil). A Som Livre abusava do casting de três selos: Top Tape, Tapecar e - em menor escala - Chantecler. Por isso Michael Jackson, Diana Ross, Stevie Wonder e Elton John (que era dstribuído pela RGE/Fermata) eram figurinhas fáceis nas trilhas dos anos 1970.
A partir de 1972 começou o conceito de Trilha Sonora Original de fato com composições feitas para a trama e com a primeira, "O Primeiro Amor" de 1972, (trilha composta por Antônio Carlos e Jocafi com algumas de Ildásio Tavares) a coisa começou a ficar meio "idiotizada" por causa do aperto da Censura Federal ocasionando uma preferência pelas trilhas internacionais (o lema era não incitar as pessoas a pensar: quem pensa se rebela e isso não era bom pra ditadura militar, pois era considerado subversivo). Aliado a isso, os arranjadores estavam procurando uma identidade pop para as novelas modernas e - vamos combinar - os arranjos eram pobres e não dava pra se dançar com as músicas das novelas em uma festinha. A ideia que me dava era que a Som Livre trabalhava com orçamento limitado com a trilhas nacionais e metendo bronca comas internacionais.
Então veio "Selva de Pedra" (1972) cujas duas trilhas foram um sucesso de vendas sobretudo a Internacional, cultuada até os dias atuais. A nacional foi composta por Marcos e Paulo Sérgio Valle. Ainda no mesmo foi lançado "O Bofe" com músicas de Roberto e Erasmo Carlos - o que não significou que fosse uma trilha boa, pois as músicas eram muito abaixo do padrão de composição dos dois - hoje vale uma fortuna. Se vocês soubessem que isso significa, na prática, atirar pérolas aos porcos, vocês não pensariam em desembolsar R$ 400,00 por este disco.
"Uma Rosa Com Amor" e "A Patota" tiveram um refresco do conceito de T.S.O. mas isso voltou com "Cavalo de Aço" em 1973 tendo músicas de Guto Graça Mello e Nelson Motta percorrendo, ainda, com "O Bem-Amado" (Toquinho e Vinícius), "Carinhoso" (metade do disco com temas do cancioneiro nacional interpretados por Márcio Montarroyos), "O Semideus" (Baden Powell e Paulo César Pinheiro - recomendo!), "Os Ossos do Barão" (1974, com Marcos e Paulo Sérgio Valle) e "Supermanoela" (com Antônio Carlos e Jocafi novamente).
"O Espigão" (1974) foi a primeira trilha sonora a perder o conceito de "Original" e passou a aceitar massivamente músicas sortidas de outras gravadoras. De volta ao habitual de T.S.O., "Fogo Sobre Terra" tem, em pé de igualdade, temas de Ruy Maurity do que do Toquinho e Vinicius. "Corrida do Ouro" foi composta por Zé Rodrix. "O Rebu" foi a última trilha nos anos 1970 que levou esse conceito com músicas do Raul Seixas e Paulo Coelho. Outro disco caro e chato de se achar.
A partir de 1975 o padrão estabelecido passou a ser as Trilhas Sonoras como compilação. Até tinham temas feitos ou escolhidos a dedo para os personagens na novela, mas perdeu-se o preconceito de usarem artistas de outras gravadoras. As novelas passaram a ser vitrine para o artista determinando o grande sucesso - aliado à exposição televisiva nas novelas e, consequentemente, cantando nos programas musicais e dominicais da emissora.
Outro efeito causado foi o aparecimento dos cantores brasileiros que se passavam por artistas internacionais e cantavam suas músicas nas novelas, mas eu já falei sobre isso em posts anteriores. Procure por "Hits Again" e lá explico o como e o por quê o cenário foi favorável para que isso acontecesse.
Entre 1975 e 1979 as novelas das 18h eram mais curtas e suas trilhas saíram em compacto. Em sua maioria novelas de época. "Escrava Isaura", "O Feijão e O Sonho", "Maria Maria", "A Sucessora", "Memórias de Amor", "À Sombra dos Laranjais", "Vejo A Lua No Céu", "A Moreninha" e "Senhora" assim foram lançadas.
Depois as trilhas das 18 horas passaram a ser lançadas em LP mas sem a sua equivalente internacional, como o caso de "Gina", "Marina", "As Três Marias", "Olhai Os Lírios do Campo" e "Ciranda de Pedra".
Não posso esquecer das trilhas complementares: "Uma Noite No Bataclan" (da novela "Gabriela" em 1975) e "Coquetel de Amor" (uma novela dentro da novela "Espelho Mágico", em 1977).
Menção honrosa para os dois compactos internacionais de trilhas: "Uma Rosa Com Amor" (que teve reedição com selo S azul em 1978) e "Cavalo de Aço" (1973).
Espero não ter esquecido nada, mas se eu esqueci eu tenho certeza de que virão me relembrar. ;-)
VOLTANDO À "...ROSA..."
Em 1973 a Som Livre lançou o compacto "4 Sucessos Originais de Novelas" contendo "Uma Rosa Com Amor" (Kris e Kristina) e "Bate-Boca" (Paulinho Soares). Além dessas duas, o disco ainda contém "Homem de Verdade" (Djalma Dias - Cavalo de Aço) e "O Bem-Amado" (Coral Som Livre - da novela homônima).
É isso, pessoal! Vou nessa. Até à próxima e não se esqueçam de ajudar o Titio a continuar a postar aqui. O seu PIX é fundamental!
FUI!

4 comentários:
E por que as novelas das 6 dos anos 70 não ganharam trilhas internacionais?
Isto, é claro, excetuando as novelas de época e falando de tramas como Gina, Marina e As Três Marias, somente com a trilha nacional.
Tio Sky, seu plano é postar as duplas de todas as trilhas dessas séries?
Nacional e Internacional
Talvez porque por mais que as trilhas das 18h tenham migrado para o LP, o horário ainda não tinha planejamento para trilhas internacionais. Acho que isso mudou com a criação da Opus Columbia e com "O Homem Proibido" , se não estou enganado.
Luis Veras, certam respostam! 😃
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