quarta-feira, 20 de março de 2024

PURE DISCO - EXPANDED EDITION (Globo Polydor / Som Livre, 1996 / $WP, 2024)

Para baixar esta coletânea em FLAC Lossless clique aqui: PARTE 1 e PARTE 2. Caso você seja um mala-sem-alça radical que quer baixar a coletânea conforme foi editada originalmente clique aqui.

FICHA TÉCNICA:
Ano: 1996 - Remastered 2024  - Gravadora: Globo Polydor / Som Livre
Número de catálogo: 535 177-2
Conceito original: Matthieu Lauriot-Prévost
Coordenação de projeto: Jackie Stansfield e Faye Haulkhory
Direção de arte e design: Mainartery, Londres
Fotos: Peter Ashworth
Modelos: Samm, Jayne, Clair
Maquiador: Lindley
Estilista: Colleen Sanders
Clothes: Blackout 11, DJ Deckster e Carwash
Perucas: Hot Hair - Hyper Hyper
Agradecimentos especiais: Henri Belolo, Jean-Pierre Crochu, Simon Gurney, Ollen Ronnback, Daniel Vangarde, Clive Willis, Gordon Frewin e Chris Ancliff
Esta compilação (P) & © 1996 PolyGram International Music BV.
Masterizado por $kywalker sem compressão de som.
Digital Remasters (P) 2024 Sky Walker Productions
Todos os fonogramas cedidos por Universal Music, exceto Trojan Records (8), Warner Music (11), Hot Productions (12) e Zagora Productions (16).

PLAYLIST*:
  1. YMCA / Village People (4:45)
  2. CELEBRATION / Kool & The Gang (4:57) (Boogie Oogie)
  3. DANCING QUEEN / ABBA (3:47)
  4. HOT STUFF / Donna Summer (5:16) (Boogie Oogie)
  5. I WILL SURVIVE / Gloria Gaynor (4:54) (Pai Herói)
  6. YOU'RE THE FIRST, THE LAST, MY EVERYTHING / Barry White (4:34) (O Astro 2011)
  7. I NEED YOUR LOVIN' / Teena Marie (7:31)
  8. KNOCK ON WOOD / Amii Stewart (5:38)
  9. I LOVE THE NIGHTLIFE (DISCO 'ROUND) / Alicia Bridges (3:07)
  10. FLASHBACK / Imagination (4:35)
  11. THAT'S THE WAY (I LIKE IT) / KC and The Sunshine Band (5:05) (Boogie Oogie)
  12. BEST DISCO IN TOWN / The Ritchie Family (6:35)
  13. IF I CAN'T HAVE YOU / Yvonne Elliman (2:55) (Boogie Oogie)
  14. **I DON'T BELIEVE YOU WANT TO GET UP AND DANCE (OOPS UPSIDE YOUR HEAD) / The Gap Band (8:44)
  15. LOVE HANGOVER / Diana Ross (7:48) (Boogie Oogie)
  16. CUBA / Gibson Brothers (7:16)
  17. FUNKYTOWN / Lipps Inc. (7:49)
  18. GOT TO GIVE IT UP / Marvin Gaye (11:53) (Boogie Oogie)
  19. DON'T LEAVE ME THIS WAY / Thelma Houston (5:42)
  20. I FEEL LOVE [ROLLO & SISTER BLISS MONSTER MIX] / Donna Summer (6:31)
*NOTA: Esse lançamento foi baseado no CD brasileiro sem a música "Grease Megamix" (John Travolta & Olivia Newton-John), presente em algumas edições internacionais.
**O nome e o subtítulo da música foram escritos na ordem inversa (ou seja: "Oops Upside Your Head (I Don't Believe You Want to Get Up and Dance)") no CD.

        Olá, Padawada! Todos bem? Espero que sim!
        Quando eu decidi repostar 'Pure Disco' (primeira postagem em janeiro de 2017), decidi fazer algo diferente: A ideia original era coletar 20 clássicos da Disco Music em um CD, o que deu muito certo. Porém, tem um detalhe que é preciso levar em consideração: Essas versões single eram só para satisfazer o rádio e nada mais porque a coisa nos discos e nas pistas eram bem maiores.
        Um álbum de um artista de Disco Music normalmente consistia do hit durar bem mais no toca-discos, ou seja: acima de 5 minutos. Às vezes ocupava um lado inteiro, geralmente o A (Donna Summer era mestra em fazer isso em seus álbuns). O Lado A era sempre dançante e tinha de 2 a 3 faixas - provavelmente nonstop -, todas longas. As músicas românticas ou as menos cotadas ficavam no Lado B.
        Por isso mesmo pra que degustação se eu posso sorver o jantar por inteiro? Essa é a ideia dessa edição bem expandida: Saltar de 70 minutos (1h 10 min) de um CD para a delícia de 120 minutos (duas horas) de puro suco do essencial do gênero. Não quis colocar a história pela metade. Odeio coisas pela metade. Por isso minha decisão em aumentar a minutagem. Ah! "Grease Megamix", presente nas edições internacionais, nada tinha a ver com o resto do disco. Sábia decisão de quem a manteve fora da edição nacional. Assim eu permaneci, também, nessa edição que acabei fazendo, sem querer, um produto novo. Se você não curte música longa só lamento.
           Nada melhor do que relembrar um período muito feliz dos anos 1990, onde o revival da Disco Music tomou conta da segunda metade da década e foi muito utilizada em filmes como "Priscilla, A Rainha do Deserto", em 1994, e "O Casamento de Muriel", do mesmo ano, ambos australianos e grandes sucessos de bilheteria. Posteriormente viraram musicais nos teatros mundo afora, inclusive aqui no Brasil. Se por um lado ajudou a divulgar e a fincar o estilo musical nas festas, também ajudou a estigmatizar a disco music como uma coisa que só gay curte, em especial quando se toca Gloria Gaynor ou Village People. Enfim, nem se pode balançar mais a bunda na pista sem patrulha hoje em dia (ô, gente chata!)...
           "Pure Disco" foi um boom de vendas pois só trazia tudo o que havia de mais essencial para aquele redescobrimento da Disco Music pela população. Na verdade, a coisa começou timidamente por volta de 1994 quando - mais uma vez a Som Livre - lançou "Let's Dance 2" que foi um disco totalmente voltado para o gênero, diferente do seu volume 1, que era mais dance music do Lado A e com tendências Disco no Lado B. Quem ajudou o gênero a se repopularizar foi o DJ Marcello 'Memê' Mansur através de seus programas de rádio. Ainda tivemos os dois volumes de ABBA Gold (o próprio e o "More ABBA Gold") mas, definitivamente, foram os filmes que fincaram de vez o nome dos artistas no Olimpo dos grandes superstars da música, fazendo com que todo mundo redescobrisse Bee Gees, KC and The Sunshine Band, Donna Summer, Diana Ross, Chaka Khan, entre outros.
           O disco abre com "YMCA", um grande sucesso das pistas de dança em qualquer festa, onde todos fazem a dancinha. A música fala sobre como é bom fazer pegação (leia-se: sexo furtivo com estranhos) dentro da Associação Cristã de Moços, onde tem uma academia, piscina e saunas (imagina se não rolava de alguém deixar o sabonete cair só pro de trás vir e... Opaaaa! Risos). Só que na época a ACM, tolinha, até convidou e parabenizou Village People e os agradeceu pela divulgação gratuita. Só depois que se deram conta da besteira que fizeram...
           ABBA vem com o seu sucesso que virou seu carro-chefe, que é "Dancing Queen". ABBA na Suécia é feito Beatles no resto do mundo. Aliás, ABBA tem um puta status em qualquer lugar do planeta.
        Kool & The Gang fecha a década de 70 com sua "Celebration" que conta com produção e co-composição de Eumir Deodato, músico brasileiro muito importante e influente na Bossa Nova. Eumir, além de lançar discos importantes no gênero, foi para o exterior e se impôs a produção musical de gente como Björk, por exemplo. Os discos de Kool & The Gang mais bem sucedidos foram sob sua batuta.
           "Hot Stuff", hit de Donna Summer, foi lançado em 1979 no álbum "Bad Girls". Já era um álbum feito nos moldes do rock disco, ou seja, uma mudança de perspectiva haja vista que Donna fazia discos pesadamente para se dançar. Apesar de tudo, ainda se dança bem neste, além do que "Bad Girls" rendeu à Donna diversos prêmios por aí.
           "I Will Survive", hit de Gloria Gaynor, fala de uma mulher que sobreviveu ao abandono do ex ebó mal despachado, mas ela se impõe e diz que não pois ela sobreviverá. É uma música que fala mais da dignidade da mulher e da independência feminina do que de outra coisa.
           "I Love The Nightlife", de Alicia Bridges, fala do mesmo tema. Porém, ela praticamente diz que vai curar sua depressão pós-rompimento na pista de dança. O empoderamento feminino em voga, pessoas!
           É claro que a música mais levanta-defunto da década não poderia faltar neste primeiro disco: "That's The Way (I Like It)", do KC and The Sunshine Band estreou nas paradas em 1975. Na época ficou em primeiro lugar das paradas por uma semana até que "Fly, Robin, Fly" (Silver Convention) a fez perder o posto por três semanas. Mas a música era tão danada que VOLTOU ao primeiro lugar e ficou um tempão. Anos mais tarde, fez todo mundo dar um berro de felicidade quando no primeiro capítulo da novela "Boogie Oogie" foi o tema de abertura da novela e assim perdurou por meses. Há quem ache que o melhor da novela foi a abertura...
        Barry White, o dono da voz de travesseiro mais sensual dos anos 1970, contribuiu com seu megahit "You're The First, The Last, My Everything". No encarte e na contracapa vieram com erro no título: "You're The First, MY Last...". Engraçado que por se tratar de uma coletânea vinda do exterior conter este tipo de erro já que nos de fora não tem.
        Falando em diferenças, os créditos nos CD's do exterior conta com os nomes dos compositores inteiros nos créditos enquanto que nos créditos do CD nacional os nomes vêm abreviados ou só com o último nome em sua maioria. É possível encontrar "Pure Disco" também em K7 exceto no Brasil - e olha que aqui o formato ainda não se encontrava extinto (nem o disco de vinil, aliás).  
           O disco ainda conta com The Ritchie Family, Marvin Gaye dentre outros grandes sucessos. Não tem nenhum filler (música que enche linguiça) aqui.
           "Knock on Wood" (Amii Stewart) veio com um som totalmente estranho na gravação. Titio restaurou a mesma em seu esplendor original.
           O disco serviu de base para a trilha sonora internacional de "Boogie Oogie", com uma boa parcela reaproveitada.
        Bem, galera, é isso por enquanto. Fiquem com Deus e FUI!

Um comentário:

K. Araújo disse...

"O Lado A era sempre dançante e tinha de 2 a 3 faixas, todas longas. As músicas românticas ou a menos cotadas ficavam no Lado B."
Lembrei de "Cosmic Curves", disco da Dee D. Jackson de 1978, com quatro faixas de cada lado. O lado A era todo disco e mixado nonstop, enquanto o B era mais romântico e com menos temas conhecidos também, igual você falou da Donna na postagem.