quarta-feira, 18 de julho de 2018

$W exclusive: BAHIA! OS CLÁSSICOS DO AXÉ ($WP, 2018)

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FICHA TÉCNICA:
Nº de catálogo: $WP-0122-2 / Gravadora: $WP
Seleção de repertório e masterização em 24 bits HD: $kywalker
Fonogramas pertencentes à UMG, exceto Som Livre (5), SME (8, 10, 15) e WEA (6, 9, 11, 13)
Bitrate: 320 kbps HD
CAPA
Fotos: Daniel Pinheiro / Site Ego
Modelo: Luana Bandeira
Foto do inlay: Tiago Triccoli com desenho de Tauan Carmo:
Oxum, A Rainha das Águas Doces - da série "Orixás" (2016)

PLAYLIST:

  1. FRICOTE / Luiz Caldas
  2. MADAGASCAR OLODUM / Banda Reflexu's
  3. A RODA / Sarajane
  4. VATAPÁ / Gal Costa
  5. BRASIL PANDEIRO / Novos Baianos
  6. AXÉ BABÁ / Gilberto Gil
  7. UM CANTO DE AFOXÉ PARA O BLOCO DO ILÊ / Caetano Veloso - part. esp.: Moreno Veloso
  8. O CANTO DA CIDADE / Daniela Mercury
  9. PREFIXO DE VERÃO / Banda Mel (Bamdamel)
  10. CARA CARAMBA SOU CAMALEÃO / Chiclete com Banana
  11. REQUEBRA / Banda Olodum
  12. CANTO AO PESCADOR [CITAÇÃO: HISTÓRIA DE PESCADORES (CANÇÃO DA PARTIDA)] / Banda Cheiro de Amor
  13. BAIANIDADE NAGÔ / Banda Mel (Bamdamel)
  14. VEM, MEU AMOR [AO VIVO] / Banda Eva
  15. MANIVELA / Asa de Águia
  16. BEIJA-FLOR / Timbalada
  17. CARRINHO DE MÃO [AO VIVO] / Terra Samba
  18. MILLA [VERSÃO ESTÚDIO] / Netinho
  19. BRASEIRA ARDIA / Timbalada
  20. PAU QUE NASCE TORTO/MELÔ DO TCHAN / É O Tchan
  21. NA BOQUINHA DA GARRAFA / Companhia do Pagode
  22. ÁGUA MINERAL / Timbalada

           Oi, Padawans! Espero que estejam todos bem. Nessa onda da novela "O Segundo Sol", venho recordar junto com vocês alguns clássicos da música baiana. Até chegar ao estágio de Axé Music - uma denominação mais de mercado fonográfico do que qualquer outra coisa inventada (ou cunhada) em 1993 - a música da terra de gente como Jorge Amado, Dorival Caymmi e João Ubaldo Ribeiro passou por diversos estágios e continua sendo plural. Este álbum tem os principais representantes mercadológicos disso, como o afoxé, o samba baiano, o samba-reggae, o axé propriamente dito e a timbalada, que também virou gênero. O batuque do timbal, o suingue e as coreografias criadas para movimentar os sucessos que estas bandas tiveram se consolidaram no verão de 1993 e não saíram mais das paradas de sucesso do Brasil inteiro, chegando até a exportar o som para outros países (a exemplo da Inglaterra com o grupo SheBoom, inspirado no Olodum, que até no disco dos Pet Shop Boys participou com grande eficiência em 1996 - todo mundo pensou que aquilo era sample dos nossos, mas não era).
           Apesar das reminiscências em canções dos Novos Baianos (aqui representado com o seu clássico "Brasil Pandeiro", de 1973) e dos afoxés de Gilberto Gil ("Axé Babá", de 1980), Luiz Caldas é considerado o pai do axé com a sua música "Fricote" (de 1986) - que, na época, disputava o primeiro lugar nos rádios com "Julieta" (Sandro Becker), uma música engraçada e de duplo sentido, a ponto de Sandro gravar também o sucesso "Fricote" no mesmo disco, lançado na época pelo selo Copacabana (hoje em dia incorporado ao 'cast' da Universal Music). Outro afoxé inesquecível foi "A Roda" da cantora Sarajane, algo meio lambada. Ela até hoje é conhecida pela música (apesar dela mesma ter confessado não aguentar mais cantar esta música em shows). Ainda no ritmo do afoxé, Caetano Veloso é representado com "Um Canto de Afoxé Para O Bloco do Ilê" juntamente com o filho e então menino Moreno Veloso, co-autor da música, no álbum "Cores, Nomes" (1982).
           Dorival Caymmi não poderia ficar de fora e foi representado em "Vatapá" na voz de Gal Costa com gravação oriunda de um álbum que ela dedicou inteiramente a ele (Gal Canta Caymmi, de 1976). Eu preferi a versão remasterizada pois inclui, em sua introdução, trinta segundos de jongo, um estilo musical africano.
           Todos estavam hipnotizados pelo então esperado verão de 1993, onde fizeram lavagem cerebral na cabeça do povo com o samba-reggae que foi rebatizado de Axé Music. Daniela Mercury era a grande estrela do movimento e lotava os shows onde ia, como o que teve na Praça da Apoteose, gerando até um especial na Rede Globo. Nessa onda, os hits que seguiam em uma espécie de segundo lugar nas paradas eram "Prefixo de Verão" e "Baianidade Nagô" (ambos da Banda Mel, atual Bamdamel), "Cara Caramba Sou Camaleão" (Chiclete com Banana), "Canto Ao Pescador" (Banda Cheiro de Amor) e por aí vai. Ao longo dos anos fomos presenteados com Ivete Sangalo e sua Banda Eva, Asa de Águia com cada sucesso esquisito mas muito legal onde todo mundo sabia a coreografia - "Manivela" e "Vampiro" que o digam - e Carlinhos Brown começou a comer pelas beiradas integrando a Timbalada e sua "Água Mineral". Carlinhos hoje é um músico aclamado no mundo inteiro após mostrar que é mais do que um percussionista - mesmo com uma vergonhosa agressão ao cantor no Rock in Rio 2001, quando o mesmo levou uma garrafada dos descontentes de colocarem música baiana numa noite de heavy metal. Ele deu a volta por cima, se aliou à Marisa Monte e Arnaldo Antunes formaram os Tribalistas (lançando dois álbuns de enorme sucesso), foi para fora do Brasil, se aliou a Sergio Mendes e fez as trilhas dos filmes "Rio" e "Rio 2", muita gente o gravou, virou jurado do The Voice Brasil... enfim, respeitem a trajetória de Carlinhos!
           Ao longo do caminho a onda era fazer samba mas mesmo assim ganhou o nome de Axé, para diferenciar da música do resto do país. Os representantes mais importantes deste momento da música brasileira são É O Tchan (que inicialmente se chamava Gera Samba mas por uma disputa jurídica trocaram de nome, que em nada ofuscou seu brilho - pelo contrário: Até onde ela pôde ela foi uma mania, só sublimada pelo movimento do Funk Carioca), Terra Samba e seu carrinho de mão e a Boquinha da Garrafa (anteriormente chamada de Companhia do Pagode). Além disso, ainda pedia para tirar o pé do chão o cantor Netinho (oriundo da Banda Beijo).
           Neste álbum não tive como contemplar a história da produção fonográfica baiana como se deve mas eu coloquei os itens indispensáveis, mesmo. O resto, minha gente, é história e aqui relembro um pouco dela. Beijos. FUI!

Um comentário:

José Guimarães da Silva disse...

Skywalker,saudações musicais. Tenho o seu blog como meu favorito. Estou sempre olhando se tem novidades. obrigado amigo pela boa coletânea do axé baiano.
abraço, Guimarães